1ª Etapa Circuito Nacional de Bodyboard Crédito Agrícola 2022

Manuel Centeno e Teresa Padrela começam defesa dos títulos nacionais na Figueira da Foz.

Os melhores bodyboarders nacionais estão de volta à ação para mais um Circuito Nacional de Bodyboard Crédito Agrícola. E à semelhança do que sucedeu o ano passado, a Figueira da Foz abre as hostilidades, dias 10 e 11 de Abril, agora com Manuel Centeno e Teresa Padrela a sucederem a Daniel Fonseca e Joana Schenker como portadores da lycra verde que distingue os campeões nacionais.

Recordando rapidamente o que sucedeu o ano passado, tanto Centeno como Teresa conquistaram os títulos na derradeira etapa, em Peniche, num campeonato impróprio para cardíacos, com Supertubos gigante e emoção até ao fim. Mas se ambos os campeões nacionais tiveram de esperar até mesmo ao final para arrebatarem os troféus, a grande diferença entre eles é que Centeno, aos 41 anos, arrecadou o nono título nacional open ao passo que Padrela, aos 20, conquistou o primeiro título nacional da carreira.

E o discurso de ambos os campeões reflete bem as diferenças entre eles, geracionais e não só.

Manuel Centeno tem uma perspetiva muito particular acerca da posse da lycra verde e da “defesa” do título, termo que questiona:
“A partir do momento em que toca a buzina para o primeiro heat, nada é meu. Sei que vou andar com a lycra verde de campeão mas a verdade é que o título está em aberto para todos. E digo isto porque penso ser a maneira certa de encarar estas coisas porque não quero defender nada, quero é atacar qualquer coisa, neste caso, a vitória.”

Para o 9 vezes campeão nacional de 41 anos, a receita da longevidade e, sobretudo, da longevidade ganhadora é simples: “A minha receita é a mesma há muito tempo, mas quatro semanas antes do campeonato ajusto umas rotinas com um pouco mais de volume de piscina, depois alivio a carga e passo a surfar simulando heats. E na última semana estou numa coisa de explosão e não dou tanto volume. Posso até perder de primeira, mas aumento as probabilidades de ter sucesso.”

E quanto ao circuito e, particularmente, o seu arranque, na Figueira da Foz?
“Ao longo dos anos mudei a minha relação com a Figueira. Não era daqueles sítios que me atraía, mas nos últimos tempos tem-se revelado uma caixinha de surpresas. Mas Figueira tem ondas ótimas, e ali tem sido realizado grande trabalho a organizar campeonatos. Quanto ao calendário, é excelente este ano e até passamos pelo sítio onde aprendi a surfar. Tem duas ondas de classe mundial, Peniche e Nazaré. Figueira também é excelente, e só Leça que não se enquadra nesta categoria, mas tem muita tradição de bodyboard e não tem uma prova há mais de uma década. Felizmente tem uma autarquia que se interessou porque não basta o organizador querer, as autarquias têm de querer e apoiar.”

Também Teresa Padrela mostrou-se muito entusiasmada com o calendário nacional e a oportunidade de vestir a lycra verde do Crédito Agrícola.
“Estou muito motivada com este calendário. Pela primeira vez vou competir na área do Porto e depois temos outras três etapas que não podiam ser melhores escolhas. ”Parece-me bastante bom, motivador. Pela primeira vez competir no Porto e as outras três etapas não podiam ser melhores escolhas”, considerou a bodyboarder de Carcavelos.”

Mas de entre todas, Teresa não esconde que tem uma favorita: “Claro que a etapa de Peniche, por me ter sagrado campeã nacional lá o ano passado, é a que mais me motiva. E, ainda por cima, pode ser, novamente, a decisiva.”

O título do ano passado, disputado literalmente até à última onda com Filipa Broeiro, ainda está bem fresco na memória e Teresa espera que “a bola volte a cair” para o seu lado: “Espero que esta época tenha o mesmo desfecho. O ano passado foi até ao último segundo e espero que este ano seja igualmente disputado. Mas mesmo que não tivesse ganho, estava envolvida na história. Felizmente, a bola caiu para o meu lado e tenho trabalhado muito na pré-época para que volte a acontecer.”

Teresa terá um ano competitivo muito cheio, conjugando o Nacional com o Circuito Mundial, que vai cumprir na íntegra, com passagens pelo Chile, Brasil, África do Sul e Sintra. Felizmente, as datas do Nacional foram pensadas para permitir essa compatibilidade de calendários.
Quanto às rivais para este ano, a campeã nacional tem uma visão curiosa: “Acredito que sejam as ‘suspeitas do costume’ mas com algumas mais novas a fazer algumas surpresas. É ver o que fez a Mariana Silva o ano passado, em Peniche, por exemplo, em que fez grande exibição.”

Se os atletas são os grandes protagonistas, o palco também tem um papel a desempenhar, e há muitos anos que a Figueira e os desportos de ondas mantém uma relação frutuosa, conforme sublinha o vereador do Desporto da autarquia local, Manuel Domingues:
“O Município tem uma relação antiga com os desportos de ondas, apoiando desde há muito a sua prática e os seus agentes. A Figueira é um local onde os bodyboarders se sentem bem. Temos um clube como a ABFM, uma associação das mais antigas a nível nacional, que muito tem feito pelo Bodyboard, tendo já formado campeões nacionais e internacionais, e cujo responsável, Nuno Trovão, é inclusive o selecionador nacional da modalidade.”

De resto, o bodyboard e eventos com a projeção do Nacional, também cumprem um desígnio importante para a Economia, explica o vereador figueirense:
“Um dos grandes desígnios do Município é o turismo, e este tipo de atividades traz visitantes ao concelho, quer nacionais quer internacionais, dinamizando o comércio local e promovendo a imagem da Figueira da Foz.”

A enquadrar esta competição, o selo da Federação Portuguesa de Surf (FPS), que tem no seu presidente, João Jardim Aranha, um forte apoiante da causa do Bodyboard.
“É muito gratificante assistir ao lançamento de mais uma edição deste Circuito Nacional de Bodyboard que tanto prestígio tem trazido à modalidade. Da parte da Federação a que presido, a organização tem todo o apoio e a certeza que estaremos todos a remar para mais uma temporada de grandes êxitos e espetáculo e consequente desenvolvimento do bodyboard português”, assegurou o presidente da FPS,
Isabel Matos, Directora de Comunicação e Relações Institucionais do Grupo Crédito Agrícola, é a porta-voz do principal patrocinador do Nacional que este ano reitera o seu apoio fundamental : “É com enorme prazer que o Crédito Agrícola se volta a associar a este Circuito Nacional de Bodyboard. Este evento é a conjugação ideal entre a prática desportiva e a agenda ambiental, dimensões que nos aproximam do público em geral e, mais especificamente, dos jovens. Este apoio permite-nos reforçar a nossa influência nestas áreas de importância primordial hoje e no futuro.

A Figueira é a primeira etapa deste Circuito Nacional de Bodyboard Crédito Agrícola 2022 que tem o seguinte calendário:
2a Etapa: Matosinhos/Porto – 17 e 18 de Setembro
3a: Etapa Nazaré -15 e 16 de Outubro
4a Etapa Peniche – 12 e 13 de Novembro
Fotografia:João Serpa
Rider: Ruben Cabral

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *